A Dama Caída

O mundo se encontrava em desespero, a batalha cessara fazia poucas horas, a garota repousava encostada ao tronco de uma árvore, seu vestido já estava sujo de terra, a espada encontrava-se ao seu lado, com as marcas da ultima batalha travada.

O dia escurecia, já passara das seis da tarde, o sol já se recolhera, mas a lua ainda não se manifestara. O céu já exibia algumas, raras, estrelas. O farfalhar das folhas encantavam a moça que estava quase desmaida de cansaço. A moça apenas olhava os movimentos ao seu redor.

As flores exalavam um leve odor, que com ele se misturava o cheiro acre de sangue, recem derramado. A chuva começara a cair, e com ela os uivos distantes de lobos reçoavam em seus ouvidos.

O corpo de seu adversário, morto no chão, já estava sendo corroído pela água e pelos animais, que logo se aproximavam. O corpo era grande, seu adversário havia sido um homem, alto, forte. Suas roupas manchadas de sangue denunciavam onde a dama o acertara, em cheio no peito.

Pouco tempo depois, ela não resistiu ao cansaço, caiu morta ao seu lado, a Dama vitoriosa, caída ao chão. Seu corpo era puxado,pelas raizes que saltavam para fora da árvore, que queriam a dama para ela, a imortalizaria, junto a seu tronco e suas folhas, que jamais cairiam no chão. Cada folha em sua copa, era uma alma derrotada pelo cansaço, que fora sugada, para jamais morrer, e se tornar imortalizada, na lembrança daquela humilde e simples floresta.