O meu novo baile de máscaras


Foram as minhas escolhas que me fizeram usar tantas máscaras. Como eu disse a um tempo atras, eu cheguei a perdê-las, para uma única pessoa. Hoje, porém, eu recuperei e estou pronto para ver elas caindo, uma a uma, as máscaras que incorporaram o meu rosto e se tornaram tão febrilmente parte de mim. Sem estas máscaras eu não seria mais eu mesmo. Eu sou o dono das máscaras. Eu sou uma máscara.

Neste baile, onde trocamos de máscaras apenas em poucas ocasiões, eu me porto diferente para cada um a quem me dirijo. Tenho que tem cartas nas mangas, no caso, máscaras no rosto.

Ser o responsável imediato pela organização deste baile de máscaras é uma tarefa fácil, seria só como vestir apenas mais uma máscara e dizer a todos que eu estou perfeitamente bem. Mas quem me dera ser assim tão fácil.

São poucas as pessoas com quem eu convivi que souberam reconhecer o quão diferente eu era por de baixo das máscaras, acho que chego a contar nos dedos das mãos. Porém hoje mais do que nunca é necessário bailar com máscaras, e a cada momento trocar, mesmo depois do baile, quando estou apenas eu e estes a quem já me viram sem máscaras.

Não é tão fácil sair de tras das máscaras. Requer muito controle. Tirar uma máscara de mim é como tirar meu próprio rosto.

( Felipe Marquezelli )

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