- Tudo muda. Mudamos nós, muda o mundo. Tudo muda para que no final fique melhor. O que nos faz mudar? Nossa idade, nossa maturidade, nossas decepções. E o mundo muda do mesmo jeito. Só que muitas vezes nós somos a decepção do mundo. E nossas decepções são tão pequenas. E as alimentamos de tal forma que elas adquirem um tamanho que não têm. E às vezes, não nos enxergamos como decepção do mundo. E o mundo está mudando. Será que tudo vai ficar melhor no final?-
As vezes nossas mudanças são tão insignificantes. Como se fossem formigas perto de gigantes. Não sabemos muito bem o motivo das mudanças. Mas elas são constantes. Mudamos cada vez mais. Não creio que sejam propositais, mas existem condições que nos fazem mudar, condições excepcionais, como decepções amorosas, nas quais mudamos realmente, chegando a querer mudar o mundo para tê-la ao nosso lado, e no final mudamos apenas a nós mesmos.
- Mudamos nós mesmos porque não somos capazes de mudar o mundo sozinho. Ele muda ao próprio gosto, não somos nós que ditaremos suas mudanças, por mais que pensemos isso. Nos superestimamos querendo que o mundo preste atenção e nós e ao mesmo tempo nos subestimamos questionando nossa capacidade de seguir em frente diante de coisas tão pequenas. Porque somos humanos, complexos, inconstantes, sensíveis. E o mundo é tão grande, tão robusto. Nos sentimos fracos.
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Não apenas nos sentimos como aos poucos chegamos a conclusão que realmente somos fracos. Fracos a ponto de perceber que não importa o quão diferente nós estejamos ninguém mais vai perceber isto e que queríamos que notassem. Não mudamos a nosso bel prazer, mas quando mudamos, e realmente percebemos, queremos que outros também vejam. Queremos que o mundo veja. Somos fracos de mais para sobrevivermos sozinhos às nossas próprias mudanças.
- E por nos sentirmos assim, não conseguimos ver que o mundo nos vê. Pequenos e indefesos, mas tão mutáveis quanto ele. Queremos tanto ser vistos que fechamos os olhos para os outros. E sem enxergar quem nos vê, não se pode notar como nossas mudanças são percebidas. Quando conseguimos ficar de olhos abertos, é mais um sinal de que mudamos. E que mudamos para melhor, pois conseguiremos enxergar também as mudanças dos outros.
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E no final podemos dizer que tudo ficará bem. Pois aos poucos as mudanças tornam-se perceptíveis e reparamos mais nos outros e vemos que eles mudam tanto quanto nós, e não ficamos nos sentindo excluídos por mudarmos e os outros não. Nossos olhos agora abertos vêem o que temíamos quando estavam fechados. O mundo é inteiramente uma constante "metamorfose ambulante", e sinceramente, assim é melhor.
( Felipe Marquezelli & Álvaro Dyogo )
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