Sátira do Garoto Idiota

Ele era para viver feliz com a sua vida. Medíocre. Mas feliz. Seus pais erraram. Ele mais ainda. Seus amigos o amavam. Nem todos. Mas ele os amava verdadeiramente, se não de maneira igual, mais forte. E é assim que essa sátira começa, com ele amando incondicionalmente todos os seus amigos.


Era para este garoto viver uma vida comum, mas ele se dedicava de mais aos seus amigos e isso acabava com ele. Pelo menos ele não percebia isso. Mas isso era péssimo, ele podia não sofrer, mas estava lhe causando um enorme mal. Ele não deveria ter responsabilidades com seus amigos, apenas com a sua já reduzida família. Mas ele não gostava de ficar sendo apenas um amigo, além de ser único para as amizades ele gostava de ser especial de qualquer maneira. Fazia tudo ao seu alcance para ver todos os seus amigos felizes, e isso acabava por na hora melhorando o seu humor, mas no final, ele se prejudicava. Cada pessoa ajudada era mais uma faca fincada em seu coração.

Ele não podia ser mais idiota que isso. Ele gostava de sofrer pelas suas amizades e mesmo quando elas estavam quase acabando ele se mantinha lá, firme e fiel do lado dos amigos que nem ligavam tanto para ele, e como todo bom idiota não tinha coragem de levantar a voz para eles. Mas algumas vezes ele se descontrolava, era verdade, e o fantasma do idiota era deixado de lado. Mas ninguém gostava de ver ele bravo, não por que ele ficando bravo seria ruim para ele, mas por que ninguém conseguia pará-lo, sua raiva irradiava do corpo e ele deixava de ser o idiota que os amigos podiam contar sempre e ele se tornava impassível.

Mas a sua raiva abrandava com apenas um sorriso meigo, um carinho certo feito pela pessoa certa. Ele cedia facilmente quando ficava bravo, pois sim ele era muito mais idiota quando ficava bravo nesse ponto. Ele começava a ceder.

Não há como eu negar, eu realmente sou muito idiota.

( Felipe Marquezelli )

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