[Não fode porra! Em...] Segunda-feira.

É algo que eu venho pensando faz um tempo. Por que toda segunda-feira é o pior dia da semana?  Tanto no trabalho, quanto na escola, é um dia que não tem salvação. Normalmente é mortal, não sabemos como resistimos tão bravamente nesse dia infernal.

Toda segunda-feira começa depois de um dia de descanso, muitas vezes acompanhado de um churrasco, de um futebol no final da tarde, de um programa bem humorado com os amigos, de um passeio. Ou seja, já começa mal, pois tudo que no dia anterior foi bom, começamos acordando cedo, de mau-humor e indo trabalhar/estudar.

Ou seja, depois de algum tempo de vivência descobrimos que a segunda-feira é chamada de inferno. Muitas vezes não somos apenas nós que estamos de mau-humor, nosso chefe/coordenador também está, sendo assim, passamos maus bocados nas mãos deles, durante este dia.

Odiamos as segundas-feiras por n motivos, não é apenas por nossos chefes serem chatos ou pelo mau-humor, mas por ser o começo de toda semana temos a tendência de odiá-la. Assim como odiamos a terça-feira quando a segunda-feira é feriado. Temos o prazer de odiar algo que acaba com o nosso amado descanso.

Creio que depois de algum tempo aprendendo mais sobre o comportamento humano, nossos gostos e nossos deveres, todo ser humano odeia o começo de semana, seja ele de segunda, terça ou na quarta-feira. Assim como tem gente (no meu caso) que odeia o domingo por não ter nada para fazer e não vê a hora de chegar a segunda-feira e rever os amigos e colegas de trabalho.

( Felipe Marquezelli )
____________________
Inauguro hoje a minha nova coluna "Não fode porra!", postada toda sexta-feira, onde eu retratarei assuntos que venham sendo questionados tanto por mim quanto por amigos.

Another best history

Criei algo que nem o tempo e nem a distância poderão destruir. Hoje eu o chamo de melhor amigo. Temos tantos interesses em comum, tantas coisas para contar um pro outro. E tudo começou quando eu decidi ir trabalhar.

Uma história que eu quero sempre lembrar e sempre vou levar comigo. Sei que nunca vou esquecer a sua amizade e consideração, é algo na qual eu sempre o terei por perto. Sempre poderei esperar para ouvir boas histórias e contar as minhas, sorrir no fim de semana ou em uma noite chata, onde apenas a internet será o nosso lugar de conversar e não mais os quinze minutos que tínhamos para tomar o nosso café.

Não sou o melhor amigo que ele poderia pedir, mas ele é um grande irmão mais velho que eu sempre quis. Meu pai reconheceu-o como sendo meu irmão, não tenho motivos para discordar deste fato. Sendo assim, creio que minha amizade com ele será eterna, mesmo que não trabalhemos mais juntos, mas ambos temos os mesmos sonhos e trilharemos os nossos caminhos, para um dia voltarmos a trabalhar junto. E sei que assim que eu for realmente um alguém por aqui, e eu o chamar de volta, ele voltará. Pois esperamos o dia em que ambos fossemos Diretores do nosso trabalho.

E esse é um pouco daquilo que eu sempre levarei comigo. Leandro Cardoso Maciel, meu irmão, meu melhor amigo.

Amor rima com dor, legal não é?

Queria entender o meu coração.



Já cansei de tentar entendê-lo, mas mais uma vez ele me é estranho. Não tenho como dizer isso de outra forma, mas estou começando a de fato achar-me um I D I O T A. É que na verdade meu coração está dividido hoje, e queria saber os motivos, e vou explicar-lhes a minha atua situação. E isso dói.

Eu amo uma garota, até ai normal, mas como sempre, ela não mora perto de mim, até ai, mais normal ainda. E eu sei que eu posso perdê-la e mesmo assim eu a amo. Sei que tem muitos garotos gostando dela também, e continuo amando-a. Enfim, sei que tem tudo para dar errado, mas eu acredito que pode dar certo, e continuo amando ela mais do que tudo.

Mas eu também estou muito afim de uma garota, que está realmente perto de mim, pois estuda na minha escola. Ela é tudo que eu sempre quis achar em uma garota, é linda, me faz bem, engraçada, inteligente. O que mais eu poderia pedir? Simples, que ela também me notasse.

Estou dividido entre duas garotas que são as minhas duas metades, eu creio. Uma diz que me ama, e eu acredito, sei que assim que nos vermos o meu mundo terá significado. Mas a outra é um desafio, ela me intriga e eu estou amando-a verdadeiramente também, eu acho. Não posso afirmar nada, pois como eu disse, ainda não entendo meu coração.

E só de pensar que tudo começou com uma dança na minha Festa Junina e com um jogo de Orkut. Seria tão mais fácil se eu não amasse ninguém. Mas qual graça teria sem um pouco mais de dor?

( Felipe Marquezelli )

Apenas um beijo de Verão

Verão. Era a pior de todas as estações do ano, pelo menos ele achava que era. Tinha que trabalhar, pois eram férias da escola, mas não no serviço. Quando viajava, só lhe restava uma praia apinhada de gente, a quem ele jamais se quer sonhava em pisar, mas sempre voltava forçado por sua mãe.


Ele sempre falava que a única vantagem do Verão era a pouca roupa das garotas, mas que mesmo assim ele achava vulgar. Preferia o Inverno, algo mais charmoso, elegante, belo, onde poderia aproveitar um pouco mais do calor corporal. E sempre criticou o Verão.

Nunca imaginou que seria no Verão que as coisas começariam a dar certo para ele. Pelo menos o começo foi maravilhoso. E é no Verão que essa história começa.

Cinco de janeiro de 2010, ele estava passando as férias na praia com a sua família. Alguns de seus amigos ainda estavam por lá. Iriam passar esses últimos dias juntos. Haveria uma grande festa, a qual eles iriam mais a noite. Ele odiava esse tipo de festa, mas era o ultimo dia que ele passaria com os seus amigos. E então ele foi.

Lá eles dançaram, se divertiram. E ele como sempre meio deslocado. Cada segundo que passava odiava ainda mais o Verão. Todos estavam seminus, e ele odiava aquele tipo de visão. As garotas mesmo as feias usando biquínis que chamavam muito a atenção lhe irritavam muito.

E então algo lhe pareceu chamar atenção. Uma garota, sentada a beira-mar, com uma roupa quase completa, assim como ele. Shortinhos e uma blusinha, nada muito vulgar, mas confortável. Ele se aproximou dela. Começaram a conversar, ela estava lá pelos mesmos motivos dele, apenas pelos amigos e por sua família. E assim continuaram o assunto. E no final do dia, quando os dois estavam indo para as devidas casas, eles se beijaram. Um beijo rápido, mas tênue e gentil. Apenas um toque nos lábios. E ele descobriu que o melhor dia da vida dele tinha sido Verão.

Eles trocaram telefone. Ele falou que ia ligar. Mas acabou não ligando, tinha medo de ter sido apenas mais um pra ela assim como ela tinha medo de ter sido pra ele. Ela também não ligou. Não mandaram mensagens e o assunto acabou sendo esquecido. Um ano depois, eles voltaram a se encontrar, nutrindo essa esperança. Queriam se ver e sabiam que queriam ver o coração pulsar mais forte.

Ela o abraçou com muita força, ele segurou o impulso de beijá-la. Ela perguntou o por que de não ter ligado, e ele apenas disse que era medo. Ela falou para não deixar seus medos acabarem com as chances de tentar. E juntos continuaram a conversar. E novamente, quando se despediram mais um beijo terno, mas mais caloroso que o outro, no final do dia e voltaram pra casa.

Assim que ela chegou o telefone tocou. Não queria atender e deixou tocar sem ver o número. Do outro lado da linha, ele desligava o telefone e pensou que aquilo que ela falou tinha sido mentira. Ela se deitou, pois estava cansada, e sonhou ainda acordada com o beijo daquele garoto.

Ele ligou mais uma vez, mas desta vez ela não ouviu o celular tocar. Estava dormindo, e sonhando com ele, mas ele não sabia. Pensou mais uma vez que tudo tinha sido uma mentira. Então ele foi e se deitou, na cama começou a pensar na garota e nas palavras. No beijo que depois de um ano voltou a acontecer. E ele poderia ter aproveitado mais.

O medo o invadiu de novo, o sonho foi escuro e ele não sabia ao certo quem ela era. O telefone dele agora tocava, na esperança de ser ela, ele acordou rapidamente, mas quando viu o telefone conhecido de seu amigo deixou apenas tocar, voltou a dormir, voltou a sonhar.

Ele tentou mais uma vez o contato, mas o telefone estava desligado. Então voltou para sua casa com a sua família e apenas deixou que o tempo fizesse o serviço. Mas ele não a esqueceu e o medo o assombrava, sabia que ela já o havia esquecido. E muito estava enganado. Mas o tempo agiu e de certa forma para o bem dos dois, ainda num Verão que ele tanto odiava ele se encontrou com ela novamente, fora da praia, numa loja qualquer, de uma rua qualquer, os dois se olharam, mas estavam acompanhados, um sorriu pro outro e ele viu nos olhos dela o brilho que ele ainda se lembrava.

Eles se aproximaram, os amigos estavam intrigados, ainda sorrindo ele disse, “pensei que você tivesse me esquecido não retornou as minhas ligações”, ela respondeu “eu jamais poderia ter me esquecido de você, o meu único romance de verão, meu único beijo dado em muito tempo, onde eu poderia dizer que amava o garoto”, “mas por que não me ligou?” ele perguntou. “roubaram meu celular e eu perdi o seu número” ela respondeu.

E no momento que nada mais importava, eles se abraçaram e se beijaram, e o que começou no Verão, se tornou inesquecível para dois corações que tanto odiavam as mesmas coisas e puderam se amar verdadeiramente.

( Felipe Marquezelli )

Testamento

Pode parecer cedo, mas não é, pensei em m e matar inúmeras vezes, e cheguei até a tentar, mas nada faz com que eu queira continuar a viver, recentemente. Então está na hora de eu escrever alguma coisa que farão as pessoas gostarem um pouco mais (ou não) de mim. O meu testamento:


“Pode parecer meio estranho, não tinha esperanças de morrer assim, na verdade não tinha esperanças de morrer sem antes cumprir o que havia prometido e assim o foi. Morri sem esperança e sem palavra. Mas que minhas ultimas vontades sejam feitas, assim deve ser, quando alguém escreve um testamento.

Então vamos começar a parte legal de tudo isso, a distribuição dos bens. Dou ao meu irmão toda a posse de meu dinheiro, seja ele na carteira, na poupança, na conta ou que alguém me deve. Também lhe dou o meu computador e todos os meus jogos. Deixo para ele a minha amada e inestimável coleção de Harry Potter que tanto lutei para ler e admirar. Também deixo com ele os livros da Saga Crepúsculo e qualquer outro livro que ele quiser. Os que ele não se interessar eu deixo para Matheus, um amigo de Penápolis, a quem tanto admiro e pode ser que encontre algo dentre os meus livros.

Deixo para minha melhor amiga, Yasmin, o dom da minha escrita, deixo-lhe os meus textos do Blog e o meu livro (quer ele esteja acabado ou não). Ela merece algo assim, que me foi especial enquanto vivo, e que tenho esperança que ela continue, venda a idéia e consiga lucrar com algo que eu tenha escrito.

Gostaria ainda de poder dar mais coisas para muito mais gente, mas nada que posso oferecer agrada-lhes. Por fim e mais importante, dou para meu irmão, se ainda houver alguma coisa dessa, a empresa a quem nos foi dado por meio de nossos pais. Transfiro-lhe o poder total a que me foi incumbido.

Se ainda assim existir algo que eu não tenha escrito aqui, mas que possa chamar atenção de alguém, que seja ou de meu irmão ou de minha irmã, Pamela, a quem considero-a como minha eterna irmã, mesmo depois de morto.

Espero que tudo ainda corra bem com todos que restarem vivos.”

E é assim que pretendo continuar com meu legado, meu testamento está pronto, só falta alguém vir e me matar, pois já sabem até o que cada um irá fazer e ter. O que me resta agora é esperar, por uma nova onda de inspiração e fazer com que meu pensamento morto volte a escrever como antes. Que o meu dom não morra nesse testamento, asim como eu pensei que iria morrer.

( Felipe Marquezelli )

Percepção


Eu estava andando pela rua. Normalmente como sempre faço, depois do serviço. Fui passar em um caixa eletrônico. Assim que estava saindo, um cara me parou, por de trás de mim, colocou uma arma na minha cabeça, foi me empurrando para a parede e por lá eu fiquei.


“Passa toda a sua grana”.

Eu estava em choque, não conseguia responder e nem me mover.

“Anda, seu mudinho, passa a sua grana”.

Eu não consegui me mexer, estava frio, suando, a mão ensopada, não conseguia respirar direito. Eis que eu ouço o tiro. A bala vinha em câmera lenta em minha direção, eu não conseguia me mexer e o medo estava fazendo com que eu revivesse todos os momentos da minha vida.

De repente eu tinha não sei quantos meses, e estava andando pela primeira vez. A cena mudou, agora eu tinha doze anos, e estava beijando pela primeira vez. Depois voltei no tempo, tinha pouco mais de seis anos, e ganhava meu vídeo-game. E então eu tinha de volta meus dezesseis amados anos, a idade que tenho agora, e estava pela primeira vez na cama com uma garota.

E eu me vi, depois, assumindo as responsabilidades que meu pai deixou para trás. Então tinha treze anos e lembrei-me da minha primeira namorada. E depois eu tinha onze e estava no estádio do meu amado time pela primeira vez. E depois eu estava sentado, escrevendo um texto tão longo que ainda não havia terminado, era meu livro, incompleto.

E então, a bala me atingiu. Eu senti o sangue escorrer pela minha barriga. Eu senti a quentura que a bala proporcionava. Ouvi de longe os gritos de alguém que presenciara, e o cara fugir. Ouvi um telefone sendo discado, mas não enxergava mais nada. Ainda estava semi-acordado quando ouvi a sirene chegando perto. Mãos suaves tocaram meu corpo e viram que eu ainda tinha chance. Levaram-me para a ambulância.

Não me lembro de mais nada desde então. Acordei, não sei quanto tempo depois, e na verdade não sei nem se acordei. Estava eu de branco, num lugar todo de branco, e eu via de muito longe duas pessoas abraçadas, depois de um longo tempo percebi que estavam chorando, pensei que eu estivesse morto.

Tentei me mexer, mas eu sabia que ainda estava desacordado. Minhas amigas chegaram junto com minha mãe no hospital e eu as vi chegarem. Não sei como e não sei o motivo. Mas eu vi. E então eu acordei. Estava em um quarto. Tentei me mexer, mas não conseguia.

Minha mãe entrou chorando e me abraçou. E depois de tudo eu percebi o quão bom era ainda estar vivo.

( Felipe Marquezelli )

A falta, me tira o tempo, sou uma sombra.


Fui esquecido, tanto pelo tempo, quanto pelos meus amigos. Deixado de lado. Sem ser lembrado. É algo doloroso. Pessoas que jamais iriam te virar as costas te virando, pouco mais de alguns dias sem vê-los. Posso até dizer que os esqueci também, não faço tanta questão de algumas pessoas, mas não apenas aqueles que eu via me esqueceram como aqueles que eu pensei jamais esquecer, pessoas que me entendiam e me completavam. Foi assim nos últimos dias eu percebi o quão distante eu estava de todos eles.


Era para eu poder dizer a todos que sempre ficaríamos juntos. Mas se em um mês eu os esqueci, quem dirá quando a escola terminar. Na verdade nem um mês se passou e realmente agradeço muito por não ter que ver muitos deles. Posso até não estar me referindo aos meus amigos, como à apenas alguns conhecidos, mas o fato de não ter que lembrar de nenhum deles, ou de vê-los já é um grande alívio para mim. Me sinto mais leve e mais preso ao meu mundo.


Se bem que ultimamente eu não pertenço mais a mundo algum. Não escrevo. Não como. Apenas respiro e me mantenho em pé. Trabalho e sou apenas mais uma engrenagem de uma máquina. E perder meus sentimentos como essa engrenagem que não os tem foi a pior coisa do mundo. Não escrevo mais por isso, perdi os sentimentos, perdi o que me movia.


Agora sou apenas uma sombra nesse mundo de luz, ou será que também são sombras e eu sou a luz, ou talvez, quem sabe sejamos todos sombras.