Férias


André, dezessete anos, um corpo definido, mas não ‘bombado’, tudo em seu lugar, olhos verde acinzentados, cabelo tão escuro quanto o negrume da noite. Cursava o terceiro ano do ensino médio numa escola particular da Zona Sul da capital paulista. Era Julho, fazia frio, férias de inverno, seis horas da manhã, ele ainda estava no computador conversando com seus amigos, desligou três horas mais tarde e se deitou, a mãe não se importava com isso nas férias, além de tudo, tirava também as férias do serviço, seu irmão mais velho era um grande empresário e havia lhe dado um bom emprego. Acordou por volta das onze horas da noite, tomou banho, jantou, escovou os dentes e em trinta minutos já não estava mais em casa.

Havia partido para uma balada nova em São Paulo, havia acabado de abrir (não fazia três semanas) e decidiu aproveitar que não tinha nada para fazer. Soubera que as garotas lá podiam não ser as que ele estava acostumado que era só estalar os dedos e aparecia no mínimo duas, mas valeria o risco para ele ver quão lindas elas eram.

Assim que chegou se surpreendeu pelas garotas na fila, eram tão lindas iguais a todas as que ele já havia pego, quiçá até melhores. Ele sorriu, havia esperado para ver se chamava a atenção num lugar tão diferente do comum para ele.

Entrou, com um documento falso, e viu que a balada logo não seria apenas mais uma em sua grande lista. Não era o mais bonito, mas o conjunto de corpo e estilo o tornou o maior atrativo da balada, calça jeans escura, camiseta gola V branca, uma blusa preta e branca listrada, e um boné todo preto com o logo da marca ao lado, quase imperceptível, o tênis um nike.

Se não todas, ao menos uma grande maioria das mulheres olhou para ele. Ele acabou ficando com dez delas. Tinha sido as dez mulheres mais lindas que ele havia visto naquela noite.

O seu celular despertou às seis da manhã, o horário que ele normalmente ia para a escola, então tomou o rumo de volta para casa, assim que chegou deitou na cama e adormeceu instantaneamente, cansado, sem ter forças para olhar o MSN ou o seu formspring, quem dirá se teria coragem de postar no twitter que havia chegado em casa.

Quando acordou se viu todo quebrado de dançar, sem forças, mas a noite anterior havia valido a pena, cada segundo passado, cada beijo dado, cada telefone conquistado ou MSN dado, ele vibrou cm cada uma das conquistas e se viu mais uma vez feliz em poder aproveitar as férias.

( Felipe Marquezelli )

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