Lembrete do que é ter uma vida



Na vida, tudo tem um certo valor. Valor este que pode variar. Valores que me ajudam a viver. Porém eu percebi, acho que tarde de mais, que eu dei certos valores a quem não merecia. Dei valor a quem eu jamais deveria ter me aproximado.

Eu amei. Sem ser amado. Eu ignorei. Quando eu fui ignorado. Eu odiei. E me fiz ser odiado. Escolhi, quem já havia sido escolhida. Tentei esquecer, quem para mim se tornou inesquecível. Tentei afogar, nos meus sentimentos, quem eu descobri ser imortal.

Fui amado, sem amar. Fui odiado, sem odiar. Jamais fui escolhido. Sempre esquecido. Por tantas vezes afogado, em mágoas passageiras, porém que me deixaram marcas.

As marcas deste meu passado fizeram-me aprender que jamais posso viver, sem jamais fazer com  que os outros vivam. Eu devo viver pelos outros e não por mim mesmo.

( Felipe Marquezelli )

Últimas Lágrimas



Pensei que não fosse chorar, tão pouco pensar nisto, nestes ultimos dias. Mas eu choro todas as vezes que isto me vêm a cabeça, é como se não pudesse evitar das lágrimas escorrerem. O fim cada vez mais próximo, e hoje evidente. É algo praticamente irrelevante se comparado a tantas outras coisas que me fizeram chorar. Mas por tantas e inúmeras vezes falsas. Desta vez é real. Verdadeira.

Não há como eu não dizer que minhas lágrimas são indistintas no chuveiro, e acho que é por isso que lá consigo chorar em silêncio. Não sei ao certo se são lágrimas ou a água escorrendo. O meu pesar nunca foi tão intenso a ponto de me fazer chorar. Mas hoje é magicamente ampliado. Algo inevitável.

As últimas lágrimas do ano. As últimas lágrimas que eu pretendo deixar cair. Últimas lágrimas de um amor verdadeiro, que não foi realizado, apenas idealizado!

( Felipe Marquezelli )

Natal


I gave you my heart
(Eu te dei meu coração)
But the very next day you gave it away
(Mas no dia seguinte, você o traiu)
This year (Este ano)
To save me from tears
(Para me salvar das lágrimas)
I'll give it to someone special
(Eu o darei para alguém especial)

Last Christmas, Ashley Tisdale

Eu não iria escrever hoje, mas por ser Natal, eu me senti na obrigação de escrever algo. Mesmo que este algo não tenha pé nem cabeça, eu sei que devo transmitir as minhas emoções e sentimenstos neste dia tão especial que é o Natal, e por isso, acho que não tem espaço em mim de tanta felicidade. Não por ser Natal, muito menos por ter ganho presentes. Será, creio eu, a primeira, e ao mesmo tempo ultima, vez que vocês vão ler algo deste naipe, mas eu queria minha família reunida uma ultima vez, principalmente por que eu não vou poder ver isso por muito mais tempo.

Mas não é isso que eu vim escrever, além de tudo, vim tentar escrever algo com a música mais linda que eu conheço sobre o Natal... Last Christmas. O começo dela fala sobre um alguém que deu seu coração no Natal para um outro alguém, porém no dia seguinte esta pesso traiu o coração, e para a pessoa que deu o coração se segurar e não chorar, vai dá-lo este ano para outra pessoa, porém uma pessoa especial.

Não posso negar. É exatamente assim que eu me sinto hoje, parece que estou incomple to, que quem tem meu coração não o aproveita. É sério, a pessoa está longe de mim, mas eu não consigo fazer forças para nos aproximar, acho que deverei entregar para alguém mais perto, mas igualmente especial.

Cheguei a pensar que eu amava  uma certa pessoa, e pensei em lhe entregar meu coração, porém ela já tem um espaço diferente no meu coração. E quanto a isso, mesmo eu me enganando um pouco, jamais vai mudar, pois eu amo ela, como uma filha.

Sei que não é um texto típico que eu estou a escrever, principalmente por eu ter escrito com meu coração e não ser disso, mas eu amo o que estou fazendo, isso é fato. Não posso dizer que é se e nquadra nas minhas "reflexões", mui menos nos meus "contos contados", acho que está mais para minhas "cartas"...

Antes que eu me esqueça... Feliz Natal e pros que fo da Família!

Sorria



Smile, though your heart is aching
(Sorria, embora seu coração esteja doendo)
Smile, even though it's breaking
(Sorria, mesmo que ele esteja partido)
When there are clouds in the sky
(Quando há nuvens no céu)
You'll get by... (Você sobreviverá...)
If you smile (Se você sorrir)

Smile, Charles Chaplin

Diversas vezes apenas um sorriso melhora nosso dia. Um sorriso encantador. Um sorriso de quem amamos. Um sorriso verdadeiro. Quando sentimos uma incrível dor no peito, apenas um sorriso pode amenizar. Quando sabemos que nosso coração está em mil pedaços, tudo ficará bem quando a gente sorrir.

Sorrir sempre nos é uma cura. Quase instantânea, para a dor. Para o sofrimento. Para uma tortura.

Sorria e o mundo se encherá de cores. Sorria e o mundo finalmente fará sentido. Sorria para poder viver. Sorria e seja mais feliz. Sorria e acredite, acredite que você é capaz, acredite que você pode tudo (só não tente voar, pois isso você não consegue mesmo, pode acreditar, eu já tentei). Sorrir é a solução dos nosso problemas.

Por isso eu digo: Sorria e seja feliz.

( Felipe Marquezelli )

Dama de Vermelho


The lady in red is dancing with me
(A dama de vermelho está dançando comigo)
Cheek to cheek (De rostinho colado)
There's nobody here (Não há ninguém aqui)
It's just you and me (Só você e eu)
It's where I wanna be (É onde eu quero estar)
But I hardly know this beauty by my side
(Mas eu mal conheço essa bela ao meu lado)
I'll never forget the way you look tonight
(Eu nunca esquecerei a sua aparência esta noite)

Lady In Red, Chris De Burgh

Eu a vi dançando, sozinha, no meio do salão, movimentos graciosos com as mãos, passos delicados com os pés, uma dança sensual, sedutora, hipnotizante. Seu corpo muito bem desenhado por aquele vestido. Um vestido vermelho. A minha Dama de vermelho.

Minha amada. Perfeita. Mesmo sozinha ela era a que mais chamava atenção no salão. Eu não resisti, tinha que dançar com ela. Levantei de minha mesa e fui até ela. A peguei pela mão e na hora começou a tocar a nossa música, Lady In Red, assim como foi quando nos beijamos pela primeira vez, e assim como da outra vez, ela estava de vermelho.

A segurei em meus braços, nossos rostos colados, nosso corpos encaixados um no outro, ao som da música. Meu corpo tremia de excitação. Novamente juntos. Como se nada tivesse acontecido. Como se não tivéssemos nos separado. Como se eu não tivesse ido para um outro país nos ultimos cinco anos, e não tivesse voltado, simplesmente era como se a viagem jamais tive acontecido. Nada importava no momento em que nossos labios se tocaram, de uma forma ardente, mas ao mesmo tempo cautelosa, algo "caliente" e por vezes temeroso.

Nossos corpos entrelaçados, minhas mãos em suas costas, as mãos dela me puxando para mais junto de seu corpo. Eu queria mais. Só que o beijo acabou muito rapido. Com um olhar apreensivo e uma respiração ofegante ela se virou e foi embora.

Minha dama de vermelho foi embora, me deixando para trás, com apenas um som em meu ouvido, enquanto dançávamos juntos: "Eu nunca te esqueci".

Minha vida jamais voltou a ser a mesma, a minha dama de vermelho, tornou-se logo a minha rainha de vermelho.

( Felipe Marquezelli )

Olhos Abertos



- Tudo muda. Mudamos nós, muda o mundo. Tudo muda para que no final fique melhor. O que nos faz mudar? Nossa idade, nossa maturidade, nossas decepções. E o mundo muda do mesmo jeito. Só que muitas vezes nós somos a decepção do mundo. E nossas decepções são tão pequenas. E as alimentamos de tal forma que elas adquirem um tamanho que não têm. E às vezes, não nos enxergamos como decepção do mundo. E o mundo está mudando. Será que tudo vai ficar melhor no final?

- As vezes nossas mudanças são tão insignificantes. Como se fossem formigas perto de gigantes. Não sabemos muito bem o motivo das mudanças. Mas elas são constantes. Mudamos cada vez mais. Não creio que sejam propositais, mas existem condições que nos fazem mudar, condições excepcionais, como decepções amorosas, nas quais mudamos realmente, chegando a querer mudar o mundo para tê-la ao nosso lado, e no final mudamos apenas a nós mesmos.

- Mudamos nós mesmos porque não somos capazes de mudar o mundo sozinho. Ele muda ao próprio gosto, não somos nós que ditaremos suas mudanças, por mais que pensemos isso. Nos superestimamos querendo que o mundo preste atenção e nós e ao mesmo tempo nos subestimamos questionando nossa capacidade de seguir em frente diante de coisas tão pequenas. Porque somos humanos, complexos, inconstantes, sensíveis. E o mundo é tão grande, tão robusto. Nos sentimos fracos.

- Não apenas nos sentimos como aos poucos chegamos a conclusão que realmente somos fracos. Fracos a ponto de perceber que não importa o quão diferente nós estejamos ninguém mais vai perceber isto e que queríamos que notassem. Não mudamos a nosso bel prazer, mas quando mudamos, e realmente percebemos, queremos que outros também vejam. Queremos que o mundo veja. Somos fracos de mais para sobrevivermos sozinhos às nossas próprias mudanças.

- E por nos sentirmos assim, não conseguimos ver que o mundo nos vê. Pequenos e indefesos, mas tão mutáveis quanto ele. Queremos tanto ser vistos que fechamos os olhos para os outros. E sem enxergar quem nos vê, não se pode notar como nossas mudanças são percebidas. Quando conseguimos ficar de olhos abertos, é mais um sinal de que mudamos. E que mudamos para melhor, pois conseguiremos enxergar também as mudanças dos outros.

- E no final podemos dizer que tudo ficará bem. Pois aos poucos as mudanças tornam-se perceptíveis e reparamos mais nos outros e vemos que eles mudam tanto quanto nós, e não ficamos nos sentindo excluídos por mudarmos e os outros não. Nossos olhos agora abertos vêem o que temíamos quando estavam fechados. O mundo é inteiramente uma constante "metamorfose ambulante", e sinceramente, assim é melhor.

( Felipe Marquezelli & Álvaro Dyogo )

Um caderno em branco




Todo fim de ano (e consequentemente o começo de outro) são turbulentos, pelo menos é o que parece, já que o Natal está há poucos dias e um novo ano se aproxima. Porém para mim não significa ganhar presentes e não significa que apenas um novo ano começa. Para mim um ano novo significa uma vida nova. Novas mudanças.

Começar este novo ano significará para mim, recomeçar tudo de novo, de novo. Um caderno em branco que eu vou recomeçar a escrever. Como se fosse um novo diário onde vou contar cada detalhe de minha vida. Um caderno em branco que vou colorir, nem que seja só com tinta azul, preta e vermelha. Mas eu vou colorir e seguir o meu caminho.

Minha vida em branco tomará cores, e eu poderei dizer que não me arrependo de viver essas cores.
( Felipe Marquezelli )

[Na Escola] Conto 1 – Apenas um Começo



Era uma quente segunda-feira de fevereiro. O sinal acabara de tocar e os alunos subiam apressados para suas salas. Um garoto acabara ficando para trás. Ele tinha cabelos escuros e lisos, curtos. Seus olhos castanhos observavam aquele movimento diário, com certa repugnância. Ele sempre se detinha o tempo máximo no pátio do colégio. Um pouco mais adiante, outra pessoa, mas uma garota, também se detinha parada olhando para a aglomeração que subia as escadas. O cabelo um pouco ondulado, caía pelas suas costas, num tom tão negro quanto o céu na mais escura das madrugadas. Seus lindos olhos verdes agora se fechavam.

O garoto percebeu que a garota parara diante dele, sem olhá-lo. O corpo da garota era escultural. Ele já reconhecia aquele corpo com aqueles lindos cabelos, Elena era seu nome. O garoto a olhava intensamente, haviam lhe falado que ela esta interessada nele, já fazia um mês que haviam lhe afirmado tal coisa, mas ele não pode deixar de se imaginar tocando aquele corpo, beijando aquela boca, que ele já sabia, era perfeita. Sentiu-se então excitado ao imaginar a cena, e ela se virou para ele, um olhar atencioso, vendo cada detalhe do corpo do garoto. Alto, musculoso, no seu age com seus 16 anos.

Ela ao passar os olhos pelo garoto uma segunda vez percebeu o volume na calça dele, ela ficou animada. Passou um dedo pelos seus longos cabelos. Seu sorriso era contagiante, o garoto a sua frente também sorria, e ela sabia o motivo, ele também gostava dela. Ela o conhecia fazia muito tempo, porém nunca revelara antes para ninguém a sua paixão por ele, Thiago era um fruto proibido.

Thiago se aproximou de Elena. Os sorrisos dos dois se abriam mais. “Oi” disse ele, e ela o respondeu com um sorriso ainda mais aberto. “Tenho uma coisa para te dizer” começou ela “mas não sei muito bem como começar”. Ele levou seu dedo indicador aos labios da garota, fazendo-a silenciar. Aproximou seu rosto do dela, ela arfava, aos poucos os rostos mais próximos, os lábios selaram-se, mudos, porém um beijo ardente.

As carícias entre os dois começaram logo após o beijo ser iniciado. Ela colocou sua mão fortemente entre os cabelos dele, enquanto a outra o segurava pela nuca. Ele a prendeu na parede, suas mãos passando pelas curvas da garota. O beijo ardente logo começou a mudar, a paixão dos dois começou a se instaurar pelos corpos, e nisso o instinto prevaleceu sobre a razão. A escola agora parecia deserta. O mundo parecia deserto para eles. Apenas o outro era importante para si mesmo. Os corações estavam desregulados. Batiam fortemente.

As mãos de Elena logo entraram por dentro da camiseta do uniforme de Thiago. Arranhou-o nas costas, inteiramente. Enquanto a beijava, ele gemia quase inconscientemente de prazer. Os corpos foram se adaptando um ao outro, Thiago segurava Elena mais perto de seu corpo, ela passava a mão pelo seu corpo. A camiseta dele foi jogada no chão, as costas arranhadas, era tudo muita excitação, nem ele em seus sonhos mais sórdidos havia cogitado tal idéia. Os corpos prenderam-se um ao outro.

Eles se beijavam como se suas vidas dependessem disto. Thiago já não agüentava mais. Estava enlouquecendo. A pequena blusinha dela também estava no chão, seus lindos seios, praticamente a mostra, com um lindo sutiã vermelho. Thiago ficara louco, ela era muito linda.

Elena passou sua mão pelo corpo dele, alcançando rapidamente seu ponto fraco, passava a mão por cima da calça, acariciando. Seus lábios ainda se tocando, ela começara a abrir o botão e o zíper...

A sineta começou a ressoar. Chegara o fim da primeira aula do dia. Rapidamente eles se recompuseram. O som das risadas começava a encher os corredores, e eles não poderiam estar na quadra, não quando a próxima aulas deles erra educação física. Ela recolocara sua blusa e Thiago sua camiseta, se endireitaram e foram cada um para um lado, dando um beijo ardente, porém rápido, simbolizando o começo deste namoro.
( Felipe Marquezelli )

[UNICAMP] Pardieiro

Instruções:
1. Imagine uma personagem jovem que vai estudar em outra cidade e passa a morar com os avós.
2. Narre o(s) conflito(s) da personagem, dividida entre os sentimentos em relação aos avós e as dificuldades
de convívio com essa outra geração.
3. Sua história pode ser narrada em primeira ou terceira pessoa.


Já estou aqui nessa cidade faz três anos e ainda não me acostumei. Itapeva. Posso dizer que é bem depois do lugar onde Judas perdeu as botas. Tenho absoluta certeza que ainda passo pelo lugar que ele tenha perdido o seu par de meias, e tenho plena convicção que passo também onde ele pode ter perdido as luvas. Se bem que, acho que Judas já devia estar completamente nu quando passou por aqui.

Três anos de tortura com os meus avós. Minha avó é realmente uma bruxa, velha, uma megera, por outro lado, meu avô, é bem pior. Morar com eles só me fez sentir saudades de meus pais, e olha que para isso acontecer, eu me julguei louco, no começo, pensei que eles não fossem tão ruins, mas o tempo me provou que eu não era louco, e sim meus avós seriam o meu pesadelo.

Terminei o ensino médio em uma boa escola daqui, já estou com meus 18 anos, e saio frequentemente para as minhas baladas (na verdade, quase diárias). Meus avós repugnam estes atos que eu tenho, e me deixam de castigo, sim de castigo, por chegar em casa tão tarde da noite, tarde para eles, claro, pois desde quando meia-noite é tarde para alguém que tenha realmente consciência?

Meus avós nunca deixaram me faltar nada nestes últimos três anos que passei com eles, pois é claro, eu trabalhei para eles para ganhar o meu dinheiro e me sustentar. Eles só me deram casa e uma cama, pois de resto eu fiz tudo sozinho. Lavei minhas cuecas, passei minhas roupas, fiz minha janta, e nem pensar em almoçar, se não, não ia sobrar dinheiro.

Não posso dizer que eu os odeio. Pois odiar é um sentimento fraco quando se trata deles, preferia mil vezes ter ficado na minha casa em São Paulo, com meus pais (que eu achava que eram as piores coisas que podia m ter me acontecido), e em uma escola pública, do que ficar aqui, em um lugar calmo, tranqüilo, sem movimento, onde as baladas terminam às onze horas.

Voltarei o mais rapidamente possível para o meu mundo preto e cinza da cidade de São Paulo. Freqüentarei uma faculdade decente por lá e espero jamais voltar para este pardieiro. Espero realmente não ter que voltar para cá, nem para cumprimentá-los.

( Felipe Marquezelli )

* Redação feita baseada no que a UNICAMP pediu no vestibular para 2010

Aniversário


Hoje me é um dia realmente especial, na verdade, duplamente especial. Hoje se comemora os aniversários de duas das coisas mais importantes que poderiam acontecer a mim. Primeiramente, uma alegria recente, a criação do meu blog, hoje este pequeno grande amigo que tenho, criando histórias (e estórias), aventuras e diversões, completa um ano de vida. Parece que não é muita coisa, mas para quem já ultrapassou os 100 posts, é realmente algo encantador, pois eu ainda não cheguei a desistir dele. Não posso negar que desisti dos Diários (Thiago Alves (morto na história, vivo na lembrança) e Jacque (baseada na vida de uma grande amiga, na verdade uma das melhores)). Mas ainda assim aqui eu desabafei. Aqui eu me motivei. Aqui eu me reinventei.

Porém, além do aniversário do meu blog, temos também o aniversário do que mais me deu alegrias, muitas delas antes mesmo de eu nascer, porém eu vi, e revi, depois de crescido. Hoje se completa 74 anos a maior glória que um torcedor pode ter. Meu time, São Paulo Futebol Clube, completou 74 anos. Desculpa-me se estou sendo HEXAgerado, mas é uma sensação ÚNICA!

( Felipe Marquezelli )

Os Olhos


Eram seis horas da manhã e o celular despertava avisando seu dono que era hora de acordar, tomar banho, se arrumar e ir para a escola. Como de costume, ele desligou o despertador e se dirigiu ao banheiro. Enquanto caminhava pela escuridão em direção do mesmo, ele notou como sua casa estava vazia: os sons de seus passos ecoavam assustadoramente em sua mente, ele sentia falta de ver seus pais correndo para cima e para baixo, tentando fazer ele e seu irmão se apressarem para irem para a escola.

Quando chegou ao banheiro, acendeu a luz (não suportava mais as trevas) e iniciou seu banho. Ele começou a se lembrar dos últimos acontecimentos e uma gota salgada escorreu pelo seu rosto. Passado este momento, ele se lembrou da idéia que tivera alguns dias atrás: ela vinha atormentando-o desde o fatídico dia que perdera seus pais, se tornara faz mais forte com a perda de seu amigo e tomara conta de sua mente quando mais um amigo seu se fora. Ele havia se decidido: iria segui-la.

Terminou seu banho e chegou à conclusão que não precisaria ir à escola. Acabou por colocar uma roupa bonita e foi em direção de seu computador e ficou ali por algum tempo até que fora interrompido por seu celular tocando. Foi até ele e viu que havia recebido uma mensagem de suas amigas perguntando-lhe o porquê dele não ter ido à escola. Acabou dando uma desculpa esfarrapada.

Ficou trocando mensagens com elas por algum tempo, quando se lembrou que deveria escrever em seu diário. Ele ficou riscando frases por algum tempo: por alguma razão lhe faltava palavras, que antes lhe vinham com facilidade. Após algum tempo, conseguiu escrever o que desejava.

Feito isto, escreveu uma mensagem particularmente longa em seu celular. Ele, no entanto, hesitava mandá-la: algo não o permitia. Por fim, mandou a mensagem. Depois disso, um risco prateado fez-se diante de seus olhos indo em direção da onde ficava seu coração.

“Está feito,” pensou ele, “agora é só esperar”. E assim o fez por algum tempo, até que começou a perder a sensibilidade das pernas. Foi quando começou a se lembrar de seus amigos e como ele acreditava que ficariam bem.

Agora, sentindo dificuldades para respirar, se recordou do que ainda não havia feito, de quem ainda não havia conhecido. Ele sentiu um estranho sentimento de angústia penetrar seu coração. Depois disso, se lembrou de seu pequeno irmão e foi quando sua visão começou a escurecer.

O desespero começou a tomar conta. “Como fui tão burro?” se perguntou. Ele tentou inutilmente respirar com mais força para conseguir chegar ao seu celular. Mas ele estava muito longe, não o alcançaria a tempo. Ele, no entanto, não desistia: se esforçava para alcançá-lo apesar das dores. Até que um momento ele conseguiu se chegar na mesa, mas no momento que ia pegar o celular, ele perdeu as forças e tombou no chão, levando junto um porta-retrato.

Dentro daquele porta-retrato havia a última foto que sua família havia tirado. Ele observava seu riso forçado, seu irmão com aquele sorriso contagiante, sua mãe sorrindo daquela maneira que apenas uma mãe sabia e seu pai, apesar das feições pesadas, aparentava estar feliz também. Ele se lembrava pesaroso do dia que a haviam tirado e como fora obrigado a tirá-la, mas ela havia ficado muito bonita apesar de tudo. E, assim, ele se deu conta que ficaria encarando eternamente seu passado, sempre desejando poder retornar a ele.

Foi quando seu olhar se vidrou e nada mais viu.

( Matheus Harth )

Sangue e algo mais.


Começou a chover. Estou parado ainda olhando pela janela. Minha boca suja de sangue. O sangue dela era delicioso. O corpo inconsciente da garota quase inteiramente drenada está deitado em minha cama, inerte. Estou sorrindo, o gosto do sangue ainda na minha boca.
Minha roupa toda amassada e jogada no chão, junto com as dela. Ela apenas de calcinha, eu é claro, apenas de cueca. O seu pescoço apenas está com duas pequenas marcas, meus caninos afiados não perfuraram muito o seu corpo frágil, doce, macio. Ainda sinto a suavidez de seu corpo por minhas mãos.
A cena se repete em minha mente, a noite inteira, cortejando-a, começando no mais belo e prazeroso jantar. Dinheiro não foi problema para mim. Aparento apenas ter 25 anos, mas tenho muito mais do que isso. Exatos 871 anos. Adaptei-me rapidamente ao tempo. Assim como ele não me fez nenhum estrago. Voltando para esta noite. Trabalhei nela muito tempo para desperdiçar a oportunidade de sugar seu sangue. Assim que ela acordar, se lembrará de tudo, mas não mais como uma humana, ela será igual a mim. Meu sangue também corre em suas veias. Ela está morta. Quando acordar será uma vampira, também.
O jantar me deu muito trabalho elaborar. Fechei um restaurante só para nos. A cidade de São Paulo fornece ótimos restaurantes, escolhi, é claro, o mais caro deles. Ela tinha que ver o quão importante era para mim. E me implorou para fazer dela igual ao que eu sou (por mim eu não a transformaria, ela só tem 19 anos, deveria ter esperado mais). Trouxe-a para meu apartamento, ele fica no Morumbi, acabei por levá-la rapidamente para a cama. Ela já sabia o que eu era, obviamente, e não se intimidou. Caiu em cima de mim, me jogou na cama com uma força impressionante para uma humana. Ela tirou a roupa dela, fazendo uma dança sensual para mim, encostando seu corpo no meu. Sou imortal. Mas também sou homem. A agarrei e a prendi entre meus braços. A beijei loucamente. Começando pela sua boca, passando pelo seu pescoço. O cheiro de sangue muito intenso nessa hora. Mas fui forte, resisti a maior tentação, e parti para seu corpo. Ela já estava sem blusa e sem a sua saia, apenas de calcinha e sutiã, deitada sobre mim. Enquanto a beijava abri seu sutiã e comecei a acariciar e beijar seus seios. Macios, perfeitos.
Ela arrancou minha blusa. Jogou no chão. Abriu minha calça e a atirou para o outro lado do quarto. Nunca tinha visto ela de maneira tão selvagem. Adorei. Obviamente que eu já estava com muito tesão. Ela começou a puxar minha cueca para baixo, devagarzinho. Massageando-o. Beijando-o.
Ela me puxou para perto de seu corpo. Começamos a nos beijar novamente. Meus instintos humanos mais fortes que os do imortal. 871 anos de autocontrole, jogados no lixo. Desci pela sua barriga, Sua calcinha vermelha, me chamou a atenção, a soltei com meus dentes, tendo o máximo cuidado para não rasgar. Joguei longe. Acariciei. Beijei. Passei minha língua. Depois disto, não me lembro de mais nada. Meu corpo foi tomado por um impulso superior eu quando eu me deparei, estava amando-a como um louco. Minhas mãos massageando seus seios. Meu lábio encostado em seu pescoço, e por fim, ao terminar tudo a mordi. Seu sangue escorreu por dentro de minha garganta. O líquido vermelho, delicioso, quente e saboroso. Aos poucos inundou minha garganta e minha visão ficou turva de prazer.
A janela embaçou com a minha respiração. Estou ofegante. A noite havia sido muito agitada. O som baixo da respiração de Beatriz me acordou do transe. Ela estava olhando para mim, o rosto inclinado para um lado, como uma criança, sua voz doce e angelical ressoou nos meus ouvidos quando ela me disse “acho que enfim somos iguais”, me movi rapidamente e em menos de um segundo estava atrás dela, abraçando-a pelas costas, meus lábios em seus ouvidos, um sussurro inaudível para ouvidos humanos até mesmo nesta distância “eu te amo, Beatriz, e sempre te amarei”.

Para além do infinito


cheguei a pensar que um dia poderia viver sem vocês. mas no final eu não pude. chorei muito quando chegou a hora de dizer este novo adeus. e espero jamais perder as amizades que construi neste ano. e jamais perder o carinho que consegui com todos. amo cada um de vocês. de maneiras diferentes. mas sei que no final. ainda os amarei de uma forma semelhante. como meus verdadeiros e legítimos amigos.

no fundo eu sei que não adianta chorar, mas para que irei privar meus olhos de demonstrarem o quão triste estou por perder quem eu amo e por agora me afastar mais dois meses de quem vai continuar comigo?

devo pensar assim - se a amizade for verdadeira, ela continuará. por outro lado - eu nunca chorei por ninguém, e por eles estou chorando. então concluímos que - o reencontro será foda. e então eu penso - foda? será mágico.

multiplicando cada centímetro do universo, por cada mililitro do oceano e elevando o resultado à quantidade de estrelas existentes no universo, não daria nem metade da quantidade de amor que eu sinto por cada um.

( Felipe Marquezelli )