Eu e Minha Casa

Às vezes eu me pergunto o porquê de ter vivido tanto tempo preso em uma casa. Não chego nunca ao que chamam de resposta, mas me vêm outras perguntas à mente, como por exemplo: ‘Onde eu poderia ter passado se não em casa?’, ‘Por que eu não abandonei tudo e simplesmente fugi?’. Acho que nunca saberei as respostas para estas perguntas.
Não importa as perguntas, nem as respostas, apenas que eu vivi! Trancado em casa nessa adolescência passageira e que julgo ao menos, a minha, amaldiçoada! Por jamais ter quem me amasse ao meu lado, e tendo as oportunidades de abandonar tudo e jamais ter abandonado.
Não tem sentido ir em frente! Mas por que viver assim? Também me faço essa mesma pergunta!
Mas deixando de lado o meu sentimentalismo, vamos falar um pouco da minha casa! Ela não chegou a ser um lar, por mais que os outros digam, não posso chamar minha casa de lar, ela não pertence a mim! Não tenho muitos motivos para concordar em acreditar que seja um lar, não fui feliz nesta casa tão pouco procurei a felicidade. Acho que ter pais, mas ao mesmo tempo não os considerar seus pais, tenha ajudado na decisão de não considerar a casa em que vivo: o meu lar.
Felicidade, ternura, alegria, são coisas que não encontro aqui, vão dizer que posso pelo menos ter desejos, e sonhos, sim eu tenho, e é abandonar tudo isso!
Não tem sentido ir em frente! Ta bom, agora eu tenho, mas ele mora longe, e vou continuar essa minha adolescência amaldiçoada, com pessoas que eu convivo, amo e ao mesmo tempo odeio (a quem chamo de família), para um dia poder quem sabe chamar este lugar de lar e vir morar com quem eu amo.

( Felipe Marquezelli )

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