Lembrete do que é ter uma vida
Últimas Lágrimas
Não há como eu não dizer que minhas lágrimas são indistintas no chuveiro, e acho que é por isso que lá consigo chorar em silêncio. Não sei ao certo se são lágrimas ou a água escorrendo. O meu pesar nunca foi tão intenso a ponto de me fazer chorar. Mas hoje é magicamente ampliado. Algo inevitável.
As últimas lágrimas do ano. As últimas lágrimas que eu pretendo deixar cair. Últimas lágrimas de um amor verdadeiro, que não foi realizado, apenas idealizado!
( Felipe Marquezelli )
Natal
Sorria
Dama de Vermelho
Cheek to cheek (De rostinho colado)
There's nobody here (Não há ninguém aqui)
It's just you and me (Só você e eu)
It's where I wanna be (É onde eu quero estar)
But I hardly know this beauty by my side
I'll never forget the way you look tonight
Lady In Red, Chris De Burgh
( Felipe Marquezelli )
Olhos Abertos
- Tudo muda. Mudamos nós, muda o mundo. Tudo muda para que no final fique melhor. O que nos faz mudar? Nossa idade, nossa maturidade, nossas decepções. E o mundo muda do mesmo jeito. Só que muitas vezes nós somos a decepção do mundo. E nossas decepções são tão pequenas. E as alimentamos de tal forma que elas adquirem um tamanho que não têm. E às vezes, não nos enxergamos como decepção do mundo. E o mundo está mudando. Será que tudo vai ficar melhor no final?
- As vezes nossas mudanças são tão insignificantes. Como se fossem formigas perto de gigantes. Não sabemos muito bem o motivo das mudanças. Mas elas são constantes. Mudamos cada vez mais. Não creio que sejam propositais, mas existem condições que nos fazem mudar, condições excepcionais, como decepções amorosas, nas quais mudamos realmente, chegando a querer mudar o mundo para tê-la ao nosso lado, e no final mudamos apenas a nós mesmos.
- Mudamos nós mesmos porque não somos capazes de mudar o mundo sozinho. Ele muda ao próprio gosto, não somos nós que ditaremos suas mudanças, por mais que pensemos isso. Nos superestimamos querendo que o mundo preste atenção e nós e ao mesmo tempo nos subestimamos questionando nossa capacidade de seguir em frente diante de coisas tão pequenas. Porque somos humanos, complexos, inconstantes, sensíveis. E o mundo é tão grande, tão robusto. Nos sentimos fracos.
- Não apenas nos sentimos como aos poucos chegamos a conclusão que realmente somos fracos. Fracos a ponto de perceber que não importa o quão diferente nós estejamos ninguém mais vai perceber isto e que queríamos que notassem. Não mudamos a nosso bel prazer, mas quando mudamos, e realmente percebemos, queremos que outros também vejam. Queremos que o mundo veja. Somos fracos de mais para sobrevivermos sozinhos às nossas próprias mudanças.
- E por nos sentirmos assim, não conseguimos ver que o mundo nos vê. Pequenos e indefesos, mas tão mutáveis quanto ele. Queremos tanto ser vistos que fechamos os olhos para os outros. E sem enxergar quem nos vê, não se pode notar como nossas mudanças são percebidas. Quando conseguimos ficar de olhos abertos, é mais um sinal de que mudamos. E que mudamos para melhor, pois conseguiremos enxergar também as mudanças dos outros.
- E no final podemos dizer que tudo ficará bem. Pois aos poucos as mudanças tornam-se perceptíveis e reparamos mais nos outros e vemos que eles mudam tanto quanto nós, e não ficamos nos sentindo excluídos por mudarmos e os outros não. Nossos olhos agora abertos vêem o que temíamos quando estavam fechados. O mundo é inteiramente uma constante "metamorfose ambulante", e sinceramente, assim é melhor.
( Felipe Marquezelli & Álvaro Dyogo )
Um caderno em branco
Todo fim de ano (e consequentemente o começo de outro) são turbulentos, pelo menos é o que parece, já que o Natal está há poucos dias e um novo ano se aproxima. Porém para mim não significa ganhar presentes e não significa que apenas um novo ano começa. Para mim um ano novo significa uma vida nova. Novas mudanças.
Começar este novo ano significará para mim, recomeçar tudo de novo, de novo. Um caderno em branco que eu vou recomeçar a escrever. Como se fosse um novo diário onde vou contar cada detalhe de minha vida. Um caderno em branco que vou colorir, nem que seja só com tinta azul, preta e vermelha. Mas eu vou colorir e seguir o meu caminho.
Minha vida em branco tomará cores, e eu poderei dizer que não me arrependo de viver essas cores.
[Na Escola] Conto 1 – Apenas um Começo
Era uma quente segunda-feira de fevereiro. O sinal acabara de tocar e os alunos subiam apressados para suas salas. Um garoto acabara ficando para trás. Ele tinha cabelos escuros e lisos, curtos. Seus olhos castanhos observavam aquele movimento diário, com certa repugnância. Ele sempre se detinha o tempo máximo no pátio do colégio. Um pouco mais adiante, outra pessoa, mas uma garota, também se detinha parada olhando para a aglomeração que subia as escadas. O cabelo um pouco ondulado, caía pelas suas costas, num tom tão negro quanto o céu na mais escura das madrugadas. Seus lindos olhos verdes agora se fechavam.
O garoto percebeu que a garota parara diante dele, sem olhá-lo. O corpo da garota era escultural. Ele já reconhecia aquele corpo com aqueles lindos cabelos, Elena era seu nome. O garoto a olhava intensamente, haviam lhe falado que ela esta interessada nele, já fazia um mês que haviam lhe afirmado tal coisa, mas ele não pode deixar de se imaginar tocando aquele corpo, beijando aquela boca, que ele já sabia, era perfeita. Sentiu-se então excitado ao imaginar a cena, e ela se virou para ele, um olhar atencioso, vendo cada detalhe do corpo do garoto. Alto, musculoso, no seu age com seus 16 anos.
Ela ao passar os olhos pelo garoto uma segunda vez percebeu o volume na calça dele, ela ficou animada. Passou um dedo pelos seus longos cabelos. Seu sorriso era contagiante, o garoto a sua frente também sorria, e ela sabia o motivo, ele também gostava dela. Ela o conhecia fazia muito tempo, porém nunca revelara antes para ninguém a sua paixão por ele, Thiago era um fruto proibido.
Thiago se aproximou de Elena. Os sorrisos dos dois se abriam mais. “Oi” disse ele, e ela o respondeu com um sorriso ainda mais aberto. “Tenho uma coisa para te dizer” começou ela “mas não sei muito bem como começar”. Ele levou seu dedo indicador aos labios da garota, fazendo-a silenciar. Aproximou seu rosto do dela, ela arfava, aos poucos os rostos mais próximos, os lábios selaram-se, mudos, porém um beijo ardente.
As carícias entre os dois começaram logo após o beijo ser iniciado. Ela colocou sua mão fortemente entre os cabelos dele, enquanto a outra o segurava pela nuca. Ele a prendeu na parede, suas mãos passando pelas curvas da garota. O beijo ardente logo começou a mudar, a paixão dos dois começou a se instaurar pelos corpos, e nisso o instinto prevaleceu sobre a razão. A escola agora parecia deserta. O mundo parecia deserto para eles. Apenas o outro era importante para si mesmo. Os corações estavam desregulados. Batiam fortemente.
As mãos de Elena logo entraram por dentro da camiseta do uniforme de Thiago. Arranhou-o nas costas, inteiramente. Enquanto a beijava, ele gemia quase inconscientemente de prazer. Os corpos foram se adaptando um ao outro, Thiago segurava Elena mais perto de seu corpo, ela passava a mão pelo seu corpo. A camiseta dele foi jogada no chão, as costas arranhadas, era tudo muita excitação, nem ele em seus sonhos mais sórdidos havia cogitado tal idéia. Os corpos prenderam-se um ao outro.
Eles se beijavam como se suas vidas dependessem disto. Thiago já não agüentava mais. Estava enlouquecendo. A pequena blusinha dela também estava no chão, seus lindos seios, praticamente a mostra, com um lindo sutiã vermelho. Thiago ficara louco, ela era muito linda.
Elena passou sua mão pelo corpo dele, alcançando rapidamente seu ponto fraco, passava a mão por cima da calça, acariciando. Seus lábios ainda se tocando, ela começara a abrir o botão e o zíper...
A sineta começou a ressoar. Chegara o fim da primeira aula do dia. Rapidamente eles se recompuseram. O som das risadas começava a encher os corredores, e eles não poderiam estar na quadra, não quando a próxima aulas deles erra educação física. Ela recolocara sua blusa e Thiago sua camiseta, se endireitaram e foram cada um para um lado, dando um beijo ardente, porém rápido, simbolizando o começo deste namoro.
[UNICAMP] Pardieiro
1. Imagine uma personagem jovem que vai estudar em outra cidade e passa a morar com os avós.
2. Narre o(s) conflito(s) da personagem, dividida entre os sentimentos em relação aos avós e as dificuldades
de convívio com essa outra geração.
3. Sua história pode ser narrada em primeira ou terceira pessoa.
Já estou aqui nessa cidade faz três anos e ainda não me acostumei. Itapeva. Posso dizer que é bem depois do lugar onde Judas perdeu as botas. Tenho absoluta certeza que ainda passo pelo lugar que ele tenha perdido o seu par de meias, e tenho plena convicção que passo também onde ele pode ter perdido as luvas. Se bem que, acho que Judas já devia estar completamente nu quando passou por aqui.
Três anos de tortura com os meus avós. Minha avó é realmente uma bruxa, velha, uma megera, por outro lado, meu avô, é bem pior. Morar com eles só me fez sentir saudades de meus pais, e olha que para isso acontecer, eu me julguei louco, no começo, pensei que eles não fossem tão ruins, mas o tempo me provou que eu não era louco, e sim meus avós seriam o meu pesadelo.
Terminei o ensino médio em uma boa escola daqui, já estou com meus 18 anos, e saio frequentemente para as minhas baladas (na verdade, quase diárias). Meus avós repugnam estes atos que eu tenho, e me deixam de castigo, sim de castigo, por chegar em casa tão tarde da noite, tarde para eles, claro, pois desde quando meia-noite é tarde para alguém que tenha realmente consciência?
Meus avós nunca deixaram me faltar nada nestes últimos três anos que passei com eles, pois é claro, eu trabalhei para eles para ganhar o meu dinheiro e me sustentar. Eles só me deram casa e uma cama, pois de resto eu fiz tudo sozinho. Lavei minhas cuecas, passei minhas roupas, fiz minha janta, e nem pensar em almoçar, se não, não ia sobrar dinheiro.
Não posso dizer que eu os odeio. Pois odiar é um sentimento fraco quando se trata deles, preferia mil vezes ter ficado na minha casa em São Paulo, com meus pais (que eu achava que eram as piores coisas que podia m ter me acontecido), e em uma escola pública, do que ficar aqui, em um lugar calmo, tranqüilo, sem movimento, onde as baladas terminam às onze horas.
Voltarei o mais rapidamente possível para o meu mundo preto e cinza da cidade de São Paulo. Freqüentarei uma faculdade decente por lá e espero jamais voltar para este pardieiro. Espero realmente não ter que voltar para cá, nem para cumprimentá-los.
( Felipe Marquezelli )
* Redação feita baseada no que a UNICAMP pediu no vestibular para 2010
Aniversário
Hoje me é um dia realmente especial, na verdade, duplamente especial. Hoje se comemora os aniversários de duas das coisas mais importantes que poderiam acontecer a mim. Primeiramente, uma alegria recente, a criação do meu blog, hoje este pequeno grande amigo que tenho, criando histórias (e estórias), aventuras e diversões, completa um ano de vida. Parece que não é muita coisa, mas para quem já ultrapassou os 100 posts, é realmente algo encantador, pois eu ainda não cheguei a desistir dele. Não posso negar que desisti dos Diários (Thiago Alves (morto na história, vivo na lembrança) e Jacque (baseada na vida de uma grande amiga, na verdade uma das melhores)). Mas ainda assim aqui eu desabafei. Aqui eu me motivei. Aqui eu me reinventei.
Porém, além do aniversário do meu blog, temos também o aniversário do que mais me deu alegrias, muitas delas antes mesmo de eu nascer, porém eu vi, e revi, depois de crescido. Hoje se completa 74 anos a maior glória que um torcedor pode ter. Meu time, São Paulo Futebol Clube, completou 74 anos. Desculpa-me se estou sendo HEXAgerado, mas é uma sensação ÚNICA!
( Felipe Marquezelli )
Os Olhos
Eram seis horas da manhã e o celular despertava avisando seu dono que era hora de acordar, tomar banho, se arrumar e ir para a escola. Como de costume, ele desligou o despertador e se dirigiu ao banheiro. Enquanto caminhava pela escuridão em direção do mesmo, ele notou como sua casa estava vazia: os sons de seus passos ecoavam assustadoramente em sua mente, ele sentia falta de ver seus pais correndo para cima e para baixo, tentando fazer ele e seu irmão se apressarem para irem para a escola.
Quando chegou ao banheiro, acendeu a luz (não suportava mais as trevas) e iniciou seu banho. Ele começou a se lembrar dos últimos acontecimentos e uma gota salgada escorreu pelo seu rosto. Passado este momento, ele se lembrou da idéia que tivera alguns dias atrás: ela vinha atormentando-o desde o fatídico dia que perdera seus pais, se tornara faz mais forte com a perda de seu amigo e tomara conta de sua mente quando mais um amigo seu se fora. Ele havia se decidido: iria segui-la.
Terminou seu banho e chegou à conclusão que não precisaria ir à escola. Acabou por colocar uma roupa bonita e foi em direção de seu computador e ficou ali por algum tempo até que fora interrompido por seu celular tocando. Foi até ele e viu que havia recebido uma mensagem de suas amigas perguntando-lhe o porquê dele não ter ido à escola. Acabou dando uma desculpa esfarrapada.
Ficou trocando mensagens com elas por algum tempo, quando se lembrou que deveria escrever em seu diário. Ele ficou riscando frases por algum tempo: por alguma razão lhe faltava palavras, que antes lhe vinham com facilidade. Após algum tempo, conseguiu escrever o que desejava.
Feito isto, escreveu uma mensagem particularmente longa em seu celular. Ele, no entanto, hesitava mandá-la: algo não o permitia. Por fim, mandou a mensagem. Depois disso, um risco prateado fez-se diante de seus olhos indo em direção da onde ficava seu coração.
“Está feito,” pensou ele, “agora é só esperar”. E assim o fez por algum tempo, até que começou a perder a sensibilidade das pernas. Foi quando começou a se lembrar de seus amigos e como ele acreditava que ficariam bem.
Agora, sentindo dificuldades para respirar, se recordou do que ainda não havia feito, de quem ainda não havia conhecido. Ele sentiu um estranho sentimento de angústia penetrar seu coração. Depois disso, se lembrou de seu pequeno irmão e foi quando sua visão começou a escurecer.
O desespero começou a tomar conta. “Como fui tão burro?” se perguntou. Ele tentou inutilmente respirar com mais força para conseguir chegar ao seu celular. Mas ele estava muito longe, não o alcançaria a tempo. Ele, no entanto, não desistia: se esforçava para alcançá-lo apesar das dores. Até que um momento ele conseguiu se chegar na mesa, mas no momento que ia pegar o celular, ele perdeu as forças e tombou no chão, levando junto um porta-retrato.
Dentro daquele porta-retrato havia a última foto que sua família havia tirado. Ele observava seu riso forçado, seu irmão com aquele sorriso contagiante, sua mãe sorrindo daquela maneira que apenas uma mãe sabia e seu pai, apesar das feições pesadas, aparentava estar feliz também. Ele se lembrava pesaroso do dia que a haviam tirado e como fora obrigado a tirá-la, mas ela havia ficado muito bonita apesar de tudo. E, assim, ele se deu conta que ficaria encarando eternamente seu passado, sempre desejando poder retornar a ele.
Foi quando seu olhar se vidrou e nada mais viu.
( Matheus Harth )
Sangue e algo mais.
Minha roupa toda amassada e jogada no chão, junto com as dela. Ela apenas de calcinha, eu é claro, apenas de cueca. O seu pescoço apenas está com duas pequenas marcas, meus caninos afiados não perfuraram muito o seu corpo frágil, doce, macio. Ainda sinto a suavidez de seu corpo por minhas mãos.
A cena se repete em minha mente, a noite inteira, cortejando-a, começando no mais belo e prazeroso jantar. Dinheiro não foi problema para mim. Aparento apenas ter 25 anos, mas tenho muito mais do que isso. Exatos 871 anos. Adaptei-me rapidamente ao tempo. Assim como ele não me fez nenhum estrago. Voltando para esta noite. Trabalhei nela muito tempo para desperdiçar a oportunidade de sugar seu sangue. Assim que ela acordar, se lembrará de tudo, mas não mais como uma humana, ela será igual a mim. Meu sangue também corre em suas veias. Ela está morta. Quando acordar será uma vampira, também.
O jantar me deu muito trabalho elaborar. Fechei um restaurante só para nos. A cidade de São Paulo fornece ótimos restaurantes, escolhi, é claro, o mais caro deles. Ela tinha que ver o quão importante era para mim. E me implorou para fazer dela igual ao que eu sou (por mim eu não a transformaria, ela só tem 19 anos, deveria ter esperado mais). Trouxe-a para meu apartamento, ele fica no Morumbi, acabei por levá-la rapidamente para a cama. Ela já sabia o que eu era, obviamente, e não se intimidou. Caiu em cima de mim, me jogou na cama com uma força impressionante para uma humana. Ela tirou a roupa dela, fazendo uma dança sensual para mim, encostando seu corpo no meu. Sou imortal. Mas também sou homem. A agarrei e a prendi entre meus braços. A beijei loucamente. Começando pela sua boca, passando pelo seu pescoço. O cheiro de sangue muito intenso nessa hora. Mas fui forte, resisti a maior tentação, e parti para seu corpo. Ela já estava sem blusa e sem a sua saia, apenas de calcinha e sutiã, deitada sobre mim. Enquanto a beijava abri seu sutiã e comecei a acariciar e beijar seus seios. Macios, perfeitos.
Ela arrancou minha blusa. Jogou no chão. Abriu minha calça e a atirou para o outro lado do quarto. Nunca tinha visto ela de maneira tão selvagem. Adorei. Obviamente que eu já estava com muito tesão. Ela começou a puxar minha cueca para baixo, devagarzinho. Massageando-o. Beijando-o.
Ela me puxou para perto de seu corpo. Começamos a nos beijar novamente. Meus instintos humanos mais fortes que os do imortal. 871 anos de autocontrole, jogados no lixo. Desci pela sua barriga, Sua calcinha vermelha, me chamou a atenção, a soltei com meus dentes, tendo o máximo cuidado para não rasgar. Joguei longe. Acariciei. Beijei. Passei minha língua. Depois disto, não me lembro de mais nada. Meu corpo foi tomado por um impulso superior eu quando eu me deparei, estava amando-a como um louco. Minhas mãos massageando seus seios. Meu lábio encostado em seu pescoço, e por fim, ao terminar tudo a mordi. Seu sangue escorreu por dentro de minha garganta. O líquido vermelho, delicioso, quente e saboroso. Aos poucos inundou minha garganta e minha visão ficou turva de prazer.
A janela embaçou com a minha respiração. Estou ofegante. A noite havia sido muito agitada. O som baixo da respiração de Beatriz me acordou do transe. Ela estava olhando para mim, o rosto inclinado para um lado, como uma criança, sua voz doce e angelical ressoou nos meus ouvidos quando ela me disse “acho que enfim somos iguais”, me movi rapidamente e em menos de um segundo estava atrás dela, abraçando-a pelas costas, meus lábios em seus ouvidos, um sussurro inaudível para ouvidos humanos até mesmo nesta distância “eu te amo, Beatriz, e sempre te amarei”.
Para além do infinito
no fundo eu sei que não adianta chorar, mas para que irei privar meus olhos de demonstrarem o quão triste estou por perder quem eu amo e por agora me afastar mais dois meses de quem vai continuar comigo?
devo pensar assim - se a amizade for verdadeira, ela continuará. por outro lado - eu nunca chorei por ninguém, e por eles estou chorando. então concluímos que - o reencontro será foda. e então eu penso - foda? será mágico.
multiplicando cada centímetro do universo, por cada mililitro do oceano e elevando o resultado à quantidade de estrelas existentes no universo, não daria nem metade da quantidade de amor que eu sinto por cada um.
( Felipe Marquezelli )
Quinta , 19 de Novembro
Queria saber onde o Thiago está, no céu ou no inferno. Para poder falar com ele diretamente. Sinto a falta dele comigo. Patrícia também sente a falta dele. Queria tanto poder dizer que superamos a sua perda. Mas talvez nunca superemos.
Outra coisa, eu odeio a minha escola. Cansei de me matar de estudar e não ser recompensada. Cansei!
Novamente...
Sábado, 7 de Novembro
Isso tudo é real.
Passos Escuros, Hevo 84
Tudo por um alguém
Vamos lá. Eu fiz isso para você tira-los do nosso caminho.
Sim eu sou idiota
Não sei muito bem porquê eu sou tão idiota ou me faço. Cansei de ser enganado e mesmo assim continuo o sendo. Isso me irrita, mas eu não aprendo. Sim eu sou idiota!
Já é a terceira vez, apenas neste semestre, que chego a conclusão que realmente sou idiota! Poderia afirmar que cada vez mais eu vejo que sou idiota. Acreditar cegamente nas pessoas me faz ser um completo idiota. Principalmente naquelas que eu jamais vi. E mesmo assim eu acredito. Faço e ouço juras
Eu nunca mais fui o mesmo e eu estava sendo tão idiota. Acho que não mereço ser tão idiota. As pessoas já se aproveitaram tanto de mim por isso. Espero um dia poder dizer que amo alguem cara-a-cara e essa pessoa também dizer que me ama. Enquanto isso, eu devo parar de ser idiota. Mas eu não consigo. Sim eu sou idiota!
( Felipe Marquezelli )
Meias Verdades
Parte de mim deseja esquecer também... Esquecer que o conheci, descobri o que você é e tudo o que aconteceu desde então. Se for isso o que quer. Sim, é isso. Por que eu não quero que seja assim. Não quero me sentir assim. Mas eu não posso. Com tudo o que aconteceu... Não posso mudar o que sinto por você. Está feito."
Pamela Camargo
( Felipe Marquezelli )
Ela é tudo que eu preciso
I’ve been kicked around
But she takes it all for me
And I lost my faith in my darkest days
But she makes me want to believe"
Ódio
Não vou me arriscar a mudar. É assim que tem que ser as coisas. No fim tudo será como antes. Eu acho! Só quero que não esteje enganado. Minha vida sem tais sentimentos (e emoções) não poderia e não tem a mínima graça, ou até mesmo cor. Do que é da vida sem o ódio?
Não existem muitas pessoas que podem afirmar que verdadeiramente amam uma pessoa, mas muitas, se não todas, afirmam que odeiam ou odiaram verdadeiramente alguém!
Eu posso afirmar os dois. Mas eu não nego que o ódio é mais forte que o amor. Você pode amar por toda sua vida uma pessoa, mas se ela faz algo terrível, o ódio supera o amor e nada mais importa. Talvez só importe a humilhação e dor que você quer infligir na pessoa que a pouco você amara. Você pode ser capaz de perdoar. Eu jamais perdoaria!
( Felipe Marquezelli )
Sexta, 23 de Outubro
Amar o meu Amor!
Algo quebradiço, inevitável!
Acho que definitivamente não sirvo para essas coisas de coração. Sempre me achei um tanto sentimental. Emocional. Mas vejo que isso não basta para saber brincar com corações. Brincar eu não digo no sentido literal da palavra. Mas como uma pequena metáfora, ao mesmo tempo contraditória, a mim mesmo, pelo fato de jamais entender muito bem o que queria dizer um coração partido já que as cicatrizes do meu chegaram a se fechar tão rapidamente. Isso foi assustador.
Você tem que fazer melhor, mexer com a mente de um outro alguém, mas será que é possível? Ainda me pergunto o que depois de tudo isso seria amar. E não vejo como posso chegar a uma resposta concreta. Seria enganar e ludibriar a cabeça de uma pessoa, mexendo um pouco com suas emoções sem chegar nem perto dos sentimentos verdadeiros que ela possa, ou não, exercer, ou até mesmo ter, por você, ou por qualquer outra pessoa? De que são feitas as pessoas se não de puro sado-masoquismo? Mentir para si mesmas enquanto os outros também as enganam?
Se é assim o amor eu prefiro ter meu coração despedaçado, em milhões de partículas, mínimas, sem chance de reconstrução, do que amar.
( Felipe Marquezelli )
Segunda, 19 de outubro
Quarta: Meio mundo veio em casa para fazer um trabalho sobre a feira cultural. Terminamos e depois fomos pra uma baladinha, era quase umas 10h da noite quando saímos, ficamos só 2h fora. Nossos pais nos matariam!
Quinta: Dia de Pastel na Feira! Dia de ver o GATO da escola que ficar perto aqui da minha. Ele é lindo e acabei ficando com ele. Viemos para minha casa. Eu é claro estava sozinha. Mas não se preocupe, não sou que nem a Renata, que sai dando pra qualquer um. Eu tenho meu orgulho, meu respeito e prezo muito eles.
Sexta: Hopi! Precisa dizer mais? Acabei ficando com dois garotos maravilhosos. Tinham um tanque, que ai meu deus!
Sábado e Domingo: Assisti com o meu pai lá em interlagos o treino e a corrida, foi decepcionante.
Hoje: Cheguei na escola e fui fazer simulado, me diverti muito! Devo ter tirado B!
Assim foi minha semana Diário!
Escolhas! Destinos!
Terça, 13 de Outubro
Sentimos a falta de todos. O Thii não posso negar, é aquele que eu sinto mais falta. Eu o amei de verdade. Ele era meu verdadeiro melhor amigo. A Paty, me disse o mesmo hoje cedo.
Mas chega de falar de morte, hoje teve um acontecimento estrondoso na escola. Paty, sim a nossa querida amiga, deu uma bota maravilhosa no novo galãzinho da escola (o antigo era o Thii, claro). O garoto, depois de um tempo foi ouvido chorando no banheiro tamanha humilhação.
Foi o momento em que a escola irrompeu em risadas.
Sentíamos falta disso.
Segunda, 12 de Outubro
Tenho o dever agora de contar como estão indo as coisas depois da morte do Thii. A Paty ainda chora oceanos de lágrimas. Ela está muito pra baixo nesses dias. O corpo do Thii foi enterrado do lado dos corpos dos pais dele. Acho que ele ficaria feliz com isso.
A Paty está indo a tras de algumas editoras para os três livros do Thii. Ele disse que gostaria que fossem publicados em seu nome, porém que a Paty poderia ficar com 50% do Lucro, ele queria os outros 50% para o irmão dele. Mesmo depois de morto ele pensou no irmão. Acho que isso foi a maior prova de amor que alguém poderia dar. Pensar numa pessoa, mesmo depois que você está morto.
Sábado e Domingo foram horríveis. Nos reunimos e dormimos todos juntos. Porém todos percebemos o que o Thii fez. Ele fez isso por nós. E todos acharam isso um ato de amizade incrível. Ele preferiu se matar do que ver qualquer um de nós morrer. Nós ainda o amamos. E queremos que assim seja até o fim. A nossa amizade será eterna.
Melissa veio para cá no sábado. Ela chorou muito. Marcelo (o da Internet) também veio. o Álvaro, amigo do Thii, da Net, aquele que ele "homenageou" com o nome do Al, também veio!
Thii agora pode descançar feliz.
E assim são as coisas
"Eu tentei. Queria tanto que desse certo, mas os instintos do meu corpo me dizem pra ter cuidado. O que você não sabe pode te machucar.
Querido Diário! Não sou crédula. As pessoas nascem, envelhecem e então morrem. Esse é o mundo em que vivemos. Não existe mágica, misticismo nem imortalidade. Não existe nada que resista a um pensamento racional. As pessoas deveriam ser quem dizem ser e não mentir ou esconder sua verdadeira face. Não é possivel. Não sou crédula, não posso ser. Mas como negar o que está na minha frente? Alguém que nunca envelheceu... Nunca se machuca... Alguém que muda de forma inexplicável. Garotas mordidas... Corpos com sangue drenado... "
( Elena Gilbert )
Como bem sabiamente disse a minha querida Elena (que por sinal é uma deusa, tanto na série como no livro): "As pessoas nascem, envelhecem e então morrem. " Esse é o ciclo natural das coisas. Tem que ser assim. Porém como seriam boas as coisas se nós apenas nascessemos! Podéssemos escolher não crescer mais, simplesmente escolher uma idade e nela ficar eternamente, não envelhecer e não morrer. Eu é claro, escolheria meus 17 anos. Ter a nitida imagem da perfeição humana nos ápices dos meus 17 anos, seria perfeito. Só que isto não existe. "Não existe mágica, misticismo nem imortalidade".Também deveriam ser quem dizem que são. Só que eu também deveria mudar meu jeito de ser. Não usar mais as máscaras que eu usava. Sim eu usava máscaras, porém não as uso mais. Desde terça-feira passada. Eu decidi ser quem eu sou. Thiago Alves pode ter morrido, mas ainda ele ainda vive em mim. E sempre viverá.
Mas o que são as faces das pessoas, se não novas máscaras? Quem é 100% ele 100% do tempo, deveria ganhar um Prêmio Nobel! Eu também deveria, de Atuação! Atuar assim, quero dizer, mentir assim deveria ser proíbido. Vixi, é proíbido! Assim são as coisas.
( Felipe Marquezelli )
9 de outubro de 2009 - Sexta-feira
Estou tecnicamente me despedindo de você, meu diário, ninguém acreditou em mim quando eu disse que ia me matar, mas se enganaram. Já fiz meu testamento e decidi deixar as minhas coisas mais importantes pra quem eu amo: Meus livros pro Marcelo (o da Net) ; Os livros que eu escrevi para a Paty, minha melhor amiga; Meu dinheiro, meu carro e meus 25% da Agência, é claro pro meu irmão, o Al também vai morar com ele, eles se adoram. Jacque vai, é claro, herdar meu diário. Ela conhece todos os meus segredos, e assim como eu os dela (ou será que não?)!
Estou com uma faca na mão, não fui pra escola, não sei por quê, também escrevi uma mensagem pra Jacque e pra Paty dizendo que me matei, se eu apertar o "Send" do celular, elas receberão na hora, estávamos conversando até agora por mensagens.
Acabei de mandar, e vou terminar de escrever.
Adeus meu diário, espero ter feito bem a eles.
* Paty e Jacque, assim que lerem esta mensagem estarei agonizando de dor em casa, uma faca fincada em meu corpo, mais precisamente no coração. Meu testamento está na frente do meu computador, o entreguem a minha madrinha e digam a todos que eu os amei. E que foi pelo bem de vocês que fiz isso. Não quero ver ninguém mais morrer. Desculpa, amo vocês! *
O grito de dor de Thiago Alves foi se emudecendo aos poucos. Ele jazia morto!
Felicidade de Idiota dura pouco
6 de outubro de 2009 - Terça-feira
Mais uma vez a morte atacou lá na escola, dessa vez Marcelo N. que foi morto. Ele caiu nos trilhos do metrô ontem, ninguém soube, até a escola avisar a gente que as aulas foram suspensas por hoje. Ele também era da minha sala. Chorei muito, ainda não tinha superado a do ET, e além do mais ainda não superei a da minha mãe e do meu pai. Quatro mortes em menos de um mês. Realmente. que sorte a nossa. To chorando muito.
Não sei como estou digitando, pois estou com os olhos fechados. Não tenho a menor ideia de como eu faço isso! Eu simplesmente não tenho como me manter vivo por muito mais tempo. As pessoas que eu adoro estão morrendo. Acho que se eu me matar, talvez não morra mais ninguém
3 de outubro de 2009 - Sábado
O ET foi enterrado hoje. Pelo menos o que restou dele. Não consegui nem imaginar como ser corpo deveria estar. Queimado. Destruído. Só sei que me sinto péssimo. Eu não o odiava verdadeiramente, se não, eu não choraria. Não queria a sua morte. Por mais que falasse que eu desejasse isso. Só sei que minha vida está tomando um rumo que jamais pensei que fosse tomar. Primeiro a morte de meus pais. Agora de um dos meus amigos. Meu irmão está longe de mim e sinto sua falta. Porém sei que é melhor ele longe de mim. Estou percebendo que as pessoas que estão perto de mim, e que eu digo que odeio, por mais que eu goste ou ame, estão morrendo. E sabendo que meu irmão perto de mim é um carma, iria dizer que o odiava. Não me surpreenderia se eu fizesse isso, e ele caísse morto. Então, podemos dizer que a culpa disso tudo, sim, é minha!
Por Eles
1º de Outubro de 2009 - Quinta-Feira
Acabei de chegar em casa. Estava chorando até agora. Eu e metade da escola. Todos juntos. Não posso negar, eu o odiava, mas ele não merecia isso. Sua casa explodiu. Ele era o único a estar na casa. Ele morreu. Eduardo Thomas, o ET, ele morreu. Cara eu estou chorando. Sentirei muito a falta dele. Não sei por que. Talvez seja porque eu preciso de alguém para odiar. E Brigar.
Não tenho condições de escrever agora. Estou saíndo de novo, vou me reunir a família dele, e aos meus amigos para prestar solidariedade.
Vai ser difícil.
Dualidade
Com certeza só odiamos as pessoas que somos capazes de amar. O restante somos indiferentes. No amor é assim. Há uma linha muito fina que separa o amor de ódio.
Tal linha é tênue, fina, trêmula, frágil, instável. Ela separa assim como junta os dois sentimentos mais fortes que se podem ter. O Amor e o Ódio constroem e destroem. São implacáveis. Definitivos. Fatais.
E me tragam todos os amores, mas me tragam junto às rosas que os ensine amar. E me odeiem também, quando precisar. Mas escondam as armas. E assim como o escuro só existe por existir a luz. O amor só existe pela presença do ódio.
E as coisas começam a fazer sentido. Apenas e apenas quando se tem um pouco de amor e ódio dentro de si. Aqueles que julgam amar incondicionalmente e irrevogavelmente uma coisa devem ser considerados loucos, insanos. A luz proveniente do amor é catastrófica sem a escuridão exercida pelo ódio. Não tem sentido um sem o outro. Um completa o outro e o outro completa o um.
( Felipe Marquezelli & Vinicius D’Ávila )
29 de Setembro de 2009 - Terça-Feira
Estou sem escrever de sábado. Que coisa estranha. Nunca passei tanto tempo sem escrever. Foi difícil ficar aqui sem escrever nada. Não posso negar, foi chato. Estou bem mais alegre do que estava a uma semana atrás. Estou até rindo. Coisa que não fazia faz tempo.
Estou mais próximo de esquecer tudo. E é o que eu realmente pretendo. Estou me tornando um pouco mais diferente.
Não tenho muitas coisas para escrever. Não me aconteceu nada. Não exatamante a mim.
Só sei que estou prestes a me ver longe o suficiente que estou rindo.
26 de Setembro de 2009 - Sábado (23:05)
Que dia infernal. Não consegui jogar realmente bem hoje. Fui goleiro e panz, como sempre. E não tive tanta facilidade assim como teria normalmente. Mas segunda-feira o jogo é na escola. Me sinto em casa lá. Mais do que em aqui em casa mesmo. Lá tenho meus amigos, o que não tenho aqui.
Não sei bem o que faço acordado agora. Mas estou indo me retirar. Quero poder sonhar. Acordado ou não. E ter minha própria vida. Meu próprio mundo.
B'noite!
Somos o que somos e não importa o que querem que sejamos
- Mais uma vez, e como sempre, o erro está em querer padronizar seres humanos, seres tão complexos. Tomar decisões é um ato que, por essência, desagradará alguns e agradará os outros. O que dizer quando não se está decidindo, apenas obedecendo os sentimentos? Quem se acha no direito de padronizar os sentimentos dos outros deveria sofrer a tão antiga pena de talião. Gosta de fazer sexo com animais? Não? Ótimo. Por favor, você é obrigado a satisfazer aquela vaca, pode começar.
- Na realidade, esta é uma discussão sem fundamento. Uma pessoa não é capaz de decidir por outra. Ninguém decide por quem se apaixona e isso não tem discussão. As coisas seriam mais fáceis se simplesmente as pessoas parassem com a péssima mania de tomar conta da vida das outras. Todos já têm problemas suficientes para quererem se envolver com os problemas alheios. Qual argumento seria forte o suficiente para convencer alguém a gostar do que não gosta? Nenhum. Já disseram por aí que há coisas que se assemelham ao gosto, e que "cada um tem o seu".
- E sempre tem alguém que vem e diz o que VOCÊ quer, o que VOCÊ sente, e ela não deixa nem você pensar no que realmente quer ou sente. Não tem fundamento uma coisa dessa. Não tem como e nem por quê forçar uma pessoa a gostar do que não gosta. Mesmo porque é humanamente impossível. Cada um é cada um e se este cada um está querendo realmente gostar de alguém do mesmo sexo. O que deveríamos perguntar era: "Você é feliz? Sim? Então continue sendo" isso sim é o que importa. A felicidade da pessoa. E não a sua sexualidade.
25 de setembro de 2009 - Sexta-feira
Dormi fora de casa ontem, por isso não consegui escrever. Dormi na casa de um amigo meu. Só dormi lá por causa da irmã dele, ela é dois anos mais velhas e tava louca pra dar pra mim desde o ano passado. Os pais deles foram trabalhar e então durante a tarde (eu sai da escola e fui direto pra lá) rolou de tudo e mais um pouco. Ela é deliciosa. MAs não venho aqui apenas para falar de putaria.
Quero poder desabafar pois eu pensei que eu poderia deixar pra lá meu sofrimento e nãio tem como, cada segundo olhando aqui para o lado e apenas o silêncio me fazendo compania é horrível. Morando sozinho com 15 anos, sem ter seus pais pra brigarem ou um irmão para te encher o saco é deprimente. Acho que é por isso que passo tanto tempo fora. E o fato de não ter mais regras também é ótimo.
Amanhã Olimpíadas Escolares, vou sari de lá com uma menina do segundo colegial, os pais delas vão ficar com a irmãzinha dela enquanto ela joga, o jogo termina às 13h e ela falou que ia pra casa de uma amiga. Na verdade ela vem aqui pra casa.
Não sei o que pode acontecer. Ela é meio santa. Mas quem sabe se eu soltá-la ela não se torna pervertida. Seus desejos mais profundos amanhã serão realizados. Então, nos vemos amanhã à noite. Eu espero.
Nem todo final precisa ser um fim
Nem sempre eu preciso saber que o final está próximo para parar. Não nego que isto é um enorme erro. Pois nem todo final é necessariamente o fim. E isto eu venho comprovando a cada dia. Simplesmente quando o final do dia chega e ele pra mim não acaba. Pois aquilo que faço num dia eu continuo no outro. É um ciclo. E ciclos não tem fins, muito menos começos.
E enquanto eu continuo com meu ciclo, vicioso, as pessoas a minha volta, evoluem e prosseguem sem chegar a um final, mas também aos poucos se aproximam mais do fim do que eu. Eu tento viver todos os meus finais felizes, e não ponho o Fim em nenhuma de minhas histórias, pois assim eu posso um dia, quem sabe, tentar reescrevê-las.
Está na hora de mudar. Não pretendo mais parar no meio do processo. Não quero mais ser incompleto. Quero viver os meus finais felizes, ou até mesmo escrever um dia "e viveram felizes para sempre" mesmo sabendo que o sempre jamais irá chegar.
#whyilovejk
Porque só ela me fez ficar imaginando como seria bom realmente estudar numa escola mágica. Porque só ela me fez ver e rever um mundo do qual eu jamais imaginei existir. Porque só ela conseguiu me fazer acreditar em magia. Porque até hoje eu espero minha carta. Porque até hoje em todo dia primeiro de setembro eu olho pela janela e imagino Às 20h como está sendo a seleção. Porque só ela conseguiu fazer uma nerd gostosa (leia-se Hermione). Porque só ela me fez querer usar uma roupa verde. Porque só ela me faz perder tempo jogando um RPG no orkut.
Porque eu já cheguei perto de alguem e falei Avada Kedavra. Porque eu já quis ter uma vassoura Firebolt. Porque eu já montei em uma vassoura e me imaginei numa Firebolt. Porque eu faço de varinha os galhos de árvore que encontro no chão. Porque eu jamais deixei de ler um livro seu. Porque eu não abandonei os velhos hábitos de Harry Potter.
Porque mesmo depois de ter crescido eu me vejo nos corredores de Hogwarts. Porque depois de tanto tempo eu ainda sonho com minha coruja branca e seu nome sendo Edwiges. Porque eu nunca parei de falar accio quando estava longe de algo que eu queria. Porque eu não parava sentado em um lugar enquanto eu estava lendo um de seus livros.
Porque só ela me faz perder tempo fazendo essa postagem. Porque só tenho motivos para agradecê-la. Por que só ela me fez ler um livro de 500 páginas aos 11 anos. Porque um livro de 500 páginas é realmente pequeno. Porque não tenho palavras para descrevê-la.
( Felipe Marquezelli )